Cancro do colo do útero


O colo do útero
O colo do útero é a parte inferior do útero, ligando-o à vagina.





A região onde a parte externa do colo do útero encontra a parte interna é muito sensível. É aqui que começa a maior parte dos cancros do colo do útero.


 Causas
A principal causa de cancro do colo do útero é um vírus denominado Papilomavírus Humano (HPV), que transforma as células do colo do útero em lesões, que muitas vezes podem ser cancerosas. Existem vários tipos de Papilomavírus Humano. A maioria são inofensivos, mas outros podem ser bastante perigosos para a saúde humana, como os que estão na origem do cancro do colo do útero.
40% das mulheres com diagnóstico do cancro do colo do útero têm idades compreendidas entre os 35 e os 54 anos.


Características
O cancro do colo do útero apresenta estádios de desenvolvimento da doença, sendo eles os seguintes:


Estádio 0: O cancro é detectado apenas na camada celular superior do tecido que reveste o colo do útero.


Estadio I: O cancro invadiu o colo do útero abaixo da camada superior das células. É apenas detectado no colo do útero.


Estádio II: O cancro disseminou-se para os tecidos adjacentes. Estendeu-se até à parte superior da vagina. O cancro não invadiu o terço inferior da vagina ou a parede pélvica (o revestimento da região entre as ancas).


Estádio III: O cancro atingiu a parte inferior da vagina. Também pode ter-se disseminado para a parede pélvica e para os gânglios linfáticos adjacentes.


Estádio IV: O cancro disseminou-se para a bexiga, recto ou outras regiões.


Cancro recorrente: Significa que o cancro foi tratado, mas ocorreu uma recidiva após um período de tempo durante o qual não foi possível detectá-lo. O cancro pode reaparecer no colo do útero ou noutras regiões do organismo.



Evolução da alteração das células no colo do útero


O Papilomavírus Humano é um vírus habitualmente silencioso, pelo que, muitas vezes, as mulheres não se apercebem de que estão infectadas. O Papilomavírus Humano é transmitido por contacto sexual, pelo que cerca de 75% das mulheres sexualmente activas se deparam com este vírus ao longo das suas vidas. Na maioria dos casos, o organismo consegue eliminar a infecção.


Sintomas
O cancro do colo do útero, infelizmente, pode não apresentar quaisquer sintomas até atingir uma fase avançada. No entanto, os sintomas do cancro do colo do útero podem incluir:


·        Hemorragia vaginal anormal;
·        Dor durante as relações sexuais;
·        Corrimento vaginal anormal;
·        Dores pélvicas. 


Diagnóstico
O rastreio é fundamental para a detecção de alterações cervicais antes da manifestação dos sintomas. A citologia ou teste do Papanicolau é um método simples e a única forma de detecção do cancro do colo do útero, fazendo parte do exame ginecológico e ajudando a detectar a presença de células anómalas no epitélio do colo do útero.
Caso a mulher apresente algum sintoma relacionado com o cancro do colo do útero, provavelmente ser-lhe-ão pedidos outros exames, entre os quais:


 


·        Colposcopia: Utilização de um colposcópio para análise do colo do útero, que faz uso de uma luz brilhante e uma lente de aumento para facilitar a vizualização do tecido.
·        Biopsia: O médico recolhe tecido para proceder à pesquisa de células cancerígenas.


 


Tratamento
As mulheres com cancro do colo do útero podem ser tratadas através de cirurgia, radioterapia, quimioterapia, radioterapia com quimioterapia ou uma combinação dos três métodos.
Em qualquer estádio da doença, as mulheres com cancro do colo do útero podem ser medicadas no sentido de controlar a dor e outros sintomas, para aliviar os efeitos secundários dos tratamentos e para atenuar problemas práticos e emocionais. Este tipo de tratamento é designado por cuidados de suporte, gestão dos sintomas ou cuidados paliativos. 


·        Cirurgia: A cirurgia trata o cancro localmente, no colo do útero e na área adjacente ao tumor.
·        Radioterapia: A radioterapia (terapia por radiação) utiliza raios de alta energia para matar as células cancerígenas, afectando apenas as células da região tratada.
·        Quimioterapia: A quimioterapia utiliza fármacos anti-cancerígenos para matar as células cancerígenas. É considerado um tratamento sistémico, uma vez que os fármacos entram na corrente sanguínea e afectam as células de todo o corpo. No tratamento do cancro do colo do útero é usual combinar a quimioterapia com a radioterapia. Em cancros que se disseminaram para órgãos distantes pode utilizar-se apenas quimioterapia.


 


Prevenção
O rastreio é essencial para a detecção de células anómalas associadas ao Papilomavírus Humano. No entanto, o rastreio não protege contra estas alterações celulares. A associação entre o rastreio e a vacinação ajuda a maximizar a eficácia de qualquer programa de combate ao cancro do colo do útero.
O cancro do colo do útero causado por uma infecção pelo Papilomavírus Humano é de origem viral, pelo que a vacinação pode ajudar a prevenir esta doença, assim como as lesões pré-cancerosas que a precedem. A vacinação permite fazer prevenção primária antes de chegar à fase de rastreio de lesões. O rastreio continua contudo a ser necessário, principalmente para a detecção do cancro do colo do útero não associado aos tipos cobertos pela vacina.


 


Por estas razões, lembra-te: VACINA-TE!